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quinta-feira, 18 de junho de 2009

A doença de Alzheimer


O que é?

A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, de instalação insidiosa, com agravamentos progressivos, lentos e irreversíveis. É uma forma de demência devida à morte das células cerebrais que começa por aniquilar a memória e, subsequentemente, as outras funções mentais, determinando completa ausência de autonomia. A doença é frequentemente confundida com arteriosclerose embora não tenha relação com problemas circulatórios.

Com a evolução da doença, os doentes tornam-se incapazes de realizar qualquer tarefa, perdem-se, deixam de reconhecer rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, muitas vezes, por ficar acamados, sobrevivendo, em média, entre 2 a 15 anos. O aparecimento da doença está muito relacionado com a idade e, em geral, afecta pessoas com mais de 60 anos.

Foi pela primeira vez descrita em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Estima-se que, em Portugal, mais de 70.000 pessoas sofrem de Doença de Alzheimer.

O diagnóstico é difícil, sendo feito por exclusão de outras doenças com características semelhantes. Não há ainda tratamento eficaz para cura da doença nem possibilidade de prevenção.

No início da enfermidade, o doente sofre porque tem consciência das suas limitações e incapacidades. Procura por vezes ocultá-las, manifestando alterações de temperamento e personalidade ou caindo em depressão. À medida que o mal avança, são os familiares que mais sofrem, assistindo, impotentes, ao declínio mental e físico de alguém que amam. Todos os que vivem em torno do doente acabam por acusar os efeitos desta situação, devido quer a causas de ordem emocional, quer às inerentes dificuldades económicas.

A doença impõe uma vigilância constante, levando os familiares a confrontarem-se com vários problemas, nomeadamente:

  • Dificuldade de acompanhamento do doente em casa, devidos às obrigações profissionais;
  • Despesas elevadas com medicamentos, ajudas técnicas e cuidadores remunerados;
  • Resistência de algumas instituições à aceitação dos doentes;
  • Incapacidade das instituições que os aceitam de prestarem cuidados adequados;
  • Deficiência de formação dos profissionais para cuidarem dos doentes .
Qual a causa da doença?

A causa da doença de Alzheimer ainda não é conhecida. Existem várias teorias, porém, aceita-se que seja uma doença geneticamente determinada mas não necessariamente hereditária (transmissão entre familiares).

Quais são os sintomas?

No começo, são os pequenos esquecimentos, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e por vezes agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta e acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho.

À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano como alimentação, higiene, vestuário, etc..

Sinais de alerta

Para ajudar a determinar quais os sinais de aviso a procurar, a Associação de Alzheimer elaborou a seguinte lista de controlo dos sintomas comuns da doença (alguns deles podem ser aplicados a outras formas de demência):
  • Perda de memória. É normal esquecer ocasionalmente reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde. Uma pessoa com a doença de Alzheimer esquece-se das coisas com mais frequência, mas não se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes.
  • Dificuldade em executar as tarefas domésticas. As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar tão distraídas que chegam a deixar as batatas no forno e só se lembrarem de as servir no final da refeição. O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição, ou esquece-se de que já comeu.
  • Problemas de linguagem. Toda a gente tem por vezes dificuldade em encontrar a palavra certa. Porém, um doente de Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão.
  • Perda da noção do tempo e desorientação. É normal perdermos – por um breve instante – a noção do dia da semana ou esquecermos o sítio para onde vamos. Porém, uma pessoa com a doença de Alzheimer pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa.
  • Discernimento fraco ou diminuído. As pessoas podem por vezes não ir logo ao médico quando têm uma infecção, embora acabem por procurar cuidados médicos. Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático e não ir mesmo ao médico, ou então vestir-se desadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão.
  • Problemas relacionados com o pensamento abstracto. Por vezes, as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas dos gastos, mas alguém com a doença de Alzheimer pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário.
  • Trocar o lugar das coisas. Qualquer pessoa pode não arrumar correctamente a carteira ou as chaves. Um doente de Alzheimer pode pôr as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro.
  • Alterações de humor ou comportamento. Toda a gente fica triste ou mal-humorada de vez em quando. Alguém com a doença de Alzheimer pode apresentar súbitas alterações de humor – da serenidade ao choro ou à angústia – sem que haja qualquer razão para tal facto.
  • Alterações na personalidade. A personalidade das pessoas pode variar um pouco com a idade. Porém, um doente com Alzheimer pode mudar totalmente, tornando-se extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado.
  • Perda de iniciativa. É normal ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia-a-dia, ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade de iniciativa. Um doente de Alzheimer pode tornar-se muito passivo, e necessitar de estímulos e incitamento para participar.

Como é feito o diagnóstico?


Não há um teste específico que estabeleça de modo inquestionável a doença. O diagnóstico certo da doença de Alzheimer só pode ser feito por exame do tecido cerebral, obtido por biópsia ou necropsia. Deste modo, o diagnóstico da doença de Alzheimer é feito excluindo outras causas de demência pela história do paciente, exames de sangue, tomografia ou ressonância e outros exames. Existem alguns marcadores, geralmente identificados a partir de exame de sangue, como a apolipoproteina E (APOE), cujos resultados podem mostrar hipóteses de vir a ter a doença de Alzheimer. São úteis em pesquisa, mas não servem para o diagnóstico individual. É claro que isso não impede que marcadores mais sensíveis venham a surgir no futuro.

Como é feito o tratamento?


O tratamento da doença de Alzheimer tem dois aspectos: um inespecífico, por exemplo, de alterações de comportamento como agitação e agressividade, do humor como depressão, que não deve ser feito apenas com medicação mas também com orientação por diferentes profissionais da saúde; o tratamento específico é feito com drogas que podem corrigir o desequilíbrio químico no cérebro, como a Tacrina, Donepezil, Rivastigmina, Metrifonato, Galantamina. Estes tratamentos funcionam melhor na fase inicial da doença e o efeito é temporário, pois a doença de Alzheimer continua a progredir.

O que pode ajudar?

A grande arma para enfrentar a doença é a informação associada à solidariedade. À medida que os familiares conhecem melhor a doença e a sua provável evolução, vários recursos e estratégias podem ser utilizados com sucesso. É fundamental que os familiares saibam que há sempre alguma coisa que se pode fazer. É sempre possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares. Existem doenças incuráveis, porém, não existem pacientes "intratáveis".

De que forma a doença afecta os familiares?


As dúvidas e incertezas com o futuro, a grande responsabilidade, a inversão de papéis onde os filhos passam a encarregar-se dos cuidados dos seus pais, além da enorme carga de trabalho e sobrecarga emocional acabam por gerar no meio familiar, conflito e angústia. A sensação de estar só, isolado, desamparado e a inevitável pergunta "por que é que isto está a acontecer comigo?" submete os cuidadores a uma enorme pressão psicológica acompanhada de depressão, stress, queda da resistência física, problemas de ordem conjugal, etc..., pelo que importa que os cuidadores procurem eles próprios ajuda para enfrentar a situação.

"Eu tenho demência"


Fonte: http://www.alzheimerportugal.org/clientSite/default.asp

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